quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

BORBOLETA NEGRA - No Prego das Palavras (Ao vivo na Ospa/POA, 1991)

BN é: TOM BELMONTE (voz e letras), FELIPE SILVEIRA (baixo), ALESSANDRO ADOMILLI (Guitarra), LEO ADOMILLI (bateria). O título da música é uma referência ao poeta russo WLADIMIR MAIAKOWSKI, que dizia estar "preso ao papel pelo prego das palavras".


terça-feira, 15 de setembro de 2009

A História da Borboleta Negra

A seda 





Surgida em 1991, após 48h ininterruptas de lidas etílicas na casa dos irmãos Adomilli, em Porto Alegre, a banda foi logo batizada de BORBOLETA NEGRA. Uma homenagem às influências de black music de TOM BELMONTE (voz e letras), adorador de James Brown, Funkadelic, Chic e Jimi Hendrix e de poetas como Cazuza, Paulo Leminsky e Maiakowski; FELIPE “boca” SILVEIRA (baixo e vocais), apreciador do metal de Iron Maiden e Motorhead;  e dos  irmãos LEO E ALESSANDRO ADOMILLI. O primeiro, conhecido por “piá”, e uma máquina de suingue precisa para acariciar peles e pratos, nos seus 15 para 16 anos. O segundo, vulgo “presença heavy”, guitarrista com formação no clássico, mas cria de Satriani, Steve Vai e outros virtuoses do instrumento como Vernon Reid (Living Colour) e o mestre gaúcho 4nazzo (Astaroth e Câmbio Negro).
Em seu liquidificador de influências a banda logo adota o estilo “quebrando tudo”, onde o trio Adomillis-boca parecia fazer um disputa particular em virtuosismo e nenhuma garrafa intacta. Contraste e punch coletivo dado pelas letras embriagadas e urgentes de Tom, o que gerou curiosidade, elogios da crítica e um rápido e crescente público.  Após meio ano de ensaios diários participam do FICA, do Colégio Anchieta, onde são considerados banda-revelação. Regados a partidas de fla-flu, vinho barato, cervas e baurus do Trianon, os ensaios geram um repertório funk-rock consistente em canções como NORMAIS (primeiro registro sonoro), RISCOS E RASTROS, NÃO ME DIGA NÃO, BABY DOWN, NO PREGO DAS PALAVRAS e PERTO DE NÓS, além de versões-pedrada para Rock’n Roll All Night, do Kiss, e Pode Vir Quente que eu Estou Fervendo, sucesso na voz de Erasmo Carlos.
Entre 1992 e 1993 realizam dezenas de shows por Porto Alegre e interior gaúcho, capitaneados pela 4 Hombres Produções, e dividindo palcos como Bar Opinião, Araújo Viana e Porto de Elis com COLARINHOS CAÓTICOS, VAN GOGH, PÉRE LACHAISE, GRAFORRÉIA XILARMÔNICA, GUERRILHEIRO ANTI-NUCLEAR, DEFALLA, ULTRAMEN, VAZIO, BARATA ORIENTAL, KÚRIA, GROO BROTHERS, ACÚSTICOS E VALVULADOS, TEIA DE PULGA, TEQUILA BABY, VAZIO, LEVIAETHAN, PANIC entre outros. Ainda em 1992 participam da coletânea Geração Rock, com MADAME BUTERFLY, seu primeiro registro sonoro oficial. 
O casulo 

No final de 1993 a salada sonora no volume 11 decreta a saída de Leonardo Adomilli,  deixa a banda e CHRISTIAN DOS SANTOS, vulgo PANCHO LOPEZ, assume os beats. De batida precisa e referências no metal, funk, jazz e no território livre percorrido no histórico e seminal Conjunto Musical Anchieta. Pouco depois, é a vez de Alessandro ser seduzido pelo violão clássico, o que viria a representar seu adeus ao Brasil (vive há quase duas décadas na Itália).  “Presença heavy”é substituído por FREDI “chernobyl” ENDRES, então com 18 anos, parceiro de Pancho no trio instrumental XYZ e tendo no dna Hendrix, skate, jazz e todo tipo de maluquice sonora e visual, como DOUTOR GORY, GWAR e RHCP. Com a entrada de Fredi a banda fortalece as influências de rap, ska e trash. Surgem canções como DESESPERO-TE, RAP DA OSVALDO e ÚNICA VERDADE, que junto com o hard-rock PERTO DE NÓS, exceção no repertório, integram o compacto ÚNICA VERDADE, lançamento do selo paulista We Love Money. Das 500 cópias do disquinho, considerado item de colecionador e com arte de Marcelo Germano, o “Ferrinho”, autor de alguns dos melhores panfletos e cartazes da banda, restam hoje quatro discos virgens, sem capa. 

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

A impermanência 




Entra o ano de 1994 e a indefinição nos rumos da banda enquanto gravação de vinil ou cd, aliado às mutações e demências sonoras cada vez mais presentes nas composições e visual, levam ao adeus de Felipe Silveira. A entrada de NANDO ENDRES, também MR. PAPPO, remete a Borboleta para levadas jamaicanas e espaços entre o reggae e o raggamuffin, passando por rock-psicodélico e eletrônico em canções como WATCHA WANNA DO, FUNK JAH! , RAGGAPRAKTAKYAMAHASOTOPRA. O Funkadelic style dita cada vez mais o território livre de emoções. Neste mesmo ano assinam com o selo de Novo Hamburgo FREE MUSIC. A garantia do produtor Ricardo Barão é de participação em coletânea, seguida de gravação do almejado CD solo. Na empreitada, são parceiros de cast de ACÚSTICOS E VALVULADOS, BARATA ORIENTAL, MOTIVOS ÓBVIOS, NINFRODIZÍAKAS e L.O.R.D.S. A FREE MUSIC afunda pouco depois das fotos oficiais da banda, que presa a um contrato obscuro perde a chance de participar da coletânea CHÁ DAS QUATRO, da Acit, e ignora acenos de selos como o Kaos, da Sony Music, que garimpava novos talentos na leva dos acertos com Skank e Chico Science & Nação Zumbi. 
A entrada de 1995 mostra a Borboleta surfando em picos incertos. A COMUNIDADE NINJITSU, projeto de Fredi-Pancho-Nando com o ex-roadie e amigo de todas as horas Diogo Bier, o MANO CHANGES, ganha espaço. Em agosto, na Santa Maria da boca do Monte, a Borboleta realiza com a DOCE VENENO, banda local, seu show de número 99. Pouco depois chega às rádios de Porto Alegre o single Detetive, da CNJ, os plugs são desligados e a “black butterfly” entra para as páginas de IRREDUTÍVEIS GAULESES, como parte das boas histórias do rock gaúcho. Agora, parte dessa história chega à web.