segunda-feira, 14 de setembro de 2009

A impermanência 




Entra o ano de 1994 e a indefinição nos rumos da banda enquanto gravação de vinil ou cd, aliado às mutações e demências sonoras cada vez mais presentes nas composições e visual, levam ao adeus de Felipe Silveira. A entrada de NANDO ENDRES, também MR. PAPPO, remete a Borboleta para levadas jamaicanas e espaços entre o reggae e o raggamuffin, passando por rock-psicodélico e eletrônico em canções como WATCHA WANNA DO, FUNK JAH! , RAGGAPRAKTAKYAMAHASOTOPRA. O Funkadelic style dita cada vez mais o território livre de emoções. Neste mesmo ano assinam com o selo de Novo Hamburgo FREE MUSIC. A garantia do produtor Ricardo Barão é de participação em coletânea, seguida de gravação do almejado CD solo. Na empreitada, são parceiros de cast de ACÚSTICOS E VALVULADOS, BARATA ORIENTAL, MOTIVOS ÓBVIOS, NINFRODIZÍAKAS e L.O.R.D.S. A FREE MUSIC afunda pouco depois das fotos oficiais da banda, que presa a um contrato obscuro perde a chance de participar da coletânea CHÁ DAS QUATRO, da Acit, e ignora acenos de selos como o Kaos, da Sony Music, que garimpava novos talentos na leva dos acertos com Skank e Chico Science & Nação Zumbi. 
A entrada de 1995 mostra a Borboleta surfando em picos incertos. A COMUNIDADE NINJITSU, projeto de Fredi-Pancho-Nando com o ex-roadie e amigo de todas as horas Diogo Bier, o MANO CHANGES, ganha espaço. Em agosto, na Santa Maria da boca do Monte, a Borboleta realiza com a DOCE VENENO, banda local, seu show de número 99. Pouco depois chega às rádios de Porto Alegre o single Detetive, da CNJ, os plugs são desligados e a “black butterfly” entra para as páginas de IRREDUTÍVEIS GAULESES, como parte das boas histórias do rock gaúcho. Agora, parte dessa história chega à web.

3 comentários:

  1. Wender...
    Comentando essa fase com o Nando, lembro que no primeiro ensaio, logo de cara, pintou um climão reggae, baixou Bob e asseclas e Watcha Wanna Do brotou ao natural. Sintonia fina e novos campos se abriram. Na real, essa fase, mesmo curta, foi uma da mais criativas e alucinógenas, escutávamos de tudo e ouvíamos os outros, mas nem sempre com crivos q mantivessem a banda resguardada e unida. Mas queríamos na verdade era diversão e arte, pra qualquer parte. Nesse período tivemos momentos clássicos, como uma apresentação na TV Com com naipe de sopros composto pelo Peru (Ultramen) e o bill, uma velha gente boa. A apresentadora era a Nara Sarmento, no seu primeiro programa. A banda sai lascando Watcha e o naip, cruzes, o naipe entra noutro som. Crossover pouco é bobagem!!! Depois, ao fim, nos cagamos rindo.
    t.o.m.

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  2. Vi um show desses malucos em Imbé e outro no Araújo. Nessa fase aí era só demência, funk com trash, música gaudéria e experimentalismo. Mas era bom. Içaaaaaa!
    claudio Knigia

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  3. ducaralho!!! Borboleta voadora! Muito bom!
    Carlo Pianta

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